quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A CASA DE DEUS E O COVIL DE SALTEADORES

“...Entrando ele no templo, passou a expulsar os que ali vendiam e compravam; derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas...também os ensinava e dizia: Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Vós, porém, a tendes transformado em covil de salteadores.”            Mc 11:15-17

         É muito triste quando uma casa transforma-se num covil. A casa abriga uma família; o covil abriga animais ou bandidos. A casa é lugar de comunhão, de dividir o que é seu com o irmão; o covil é lugar de exploração, de dividir o que foi extorquido do outro. Quando a casa de Deus, que foi estabelecida para ser uma «casa de oração para todas as nações», transforma-se num covil de salteadores, então, é uma completa desgraça. A casa de Deus se transforma em covil de salteadores quando a boa vontade descamba para a sórdida ganância (1 Pe 5.2); quando a piedade passa a ser vista como fonte de lucro (1Tm 5.5); quando se deixa de suplicar «venha o teu reino» e passa-se a determinar: «eu quero a minha bênção». Sempre que se toma posse daquilo que pertence a Deus, usando-o egoística e ambiciosamente; sempre que se personalizam ministérios com o fim de buscar a glória dos homens, está-se caminhando para uma religião mercenária. Deus chamou o templo de «minha casa». No entanto, nos tempos de Jesus, os que estavam lá usavam todo o sistema de culto para lucrar, e não para adorar ao Senhor da casa e servir aos conservos.
        Quando a casa de Deus é transformada em covil de salteadores, a pureza de motivos dá lugar à astúcia; a transparência dá lugar às «coisas que, por vergonhosas, se ocultam»; e a sã doutrina é substituída pela palavra adulterada e por um evangelho diluído (2 Co 4.2).
        Quando a casa de Deus é transformada num covil de salteadores, a oração deixa de ser o ato de «achegar-se confiadamente ao trono da graça» (Hb 4.16) para ser uma barganha com Deus num balcão de negócios, onde a prosperidade material e as bênçãos temporais tornam-se mais importantes do que as coisas lá do alto (Cl 3.1-4).

        Quão terrível é quando a casa de Deus deixa de ter esse papel missionário, de ser «casa de oração para todas as nações», e passa a ser usada para explorar a boa fé da gente ingênua e crédula. Era o que acontecia durante o ministério terreno de Jesus, e que suscitou sua ardente indignação. Não é o que tem acontecido hoje no meio evangélico? Não tem o evangelho sido usado como fonte de lucro e de enriquecimento ilícito às custas da exploração da boa fé? Não tem a palavra de Deus sido adulterada em tantos círculos para adequar-se ao «gosto do consumidor»? Não têm as pessoas sido induzidas a buscar mais «tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam»(Mt 6.19-20)? Quão grande não será a indignação de Cristo hoje diante dos lobos e salteadores que tosquiam seu rebanho! E quão grande não será o seu juízo sobre eles! Pois, já no primeiro século o Espírito Santo advertia: «Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por
avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme». (2 Pe 2:1-3)

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